No mesmo sítio, à mesma hora… 30 anos depois

29 outubro 2016

Luís Duarte não pode estar dissociado a de uma boa dose de loucura. Presente na primeira edição da Baja Portalegre 500, montado numa Casal 125, voltou 25 anos depois, com a mesma moto. A experiência não foi suficiente e, em 2016, quando a mítica prova se realiza pela 30ª vez, cumpriu o mesmo ritual e trouxe a sua “velhinha” a dois tempos para enfrentar a dureza e incerteza da Baja Portalegre 500 do certame / evento.

“Corri com ela pela última vez há cinco anos. Depois disso fiz apenas uma prova na minha zona com cerca de 80 quilómetros e nunca mais lhe toquei”, conta o piloto. Quando decidiu alinhar na 30ª edição da Baja Portalegre 500 sabia que só podia fazê-lo de uma forma: com a sua Casal 125.

Se o pensou, melhor o executou. E a aventura começou. Inscrição feita, assegurou a logística para a cidade alentejana. Mas o transporte falhou e era preciso encontrar uma solução. Desmontou a moto e colocou-a, peça por peça, no interior do seu Peugeot 306. “Felizmente coube tudo”, confessa aliviado.

Acompanhado pela família, e chegado a Portalegre, demorou 1h20, com a ajuda do seu filho André, a colocar a Casal 125 pronta para as verificações. Passou todos os procedimentos burocráticos, mas algo não estava bem. O carburador falhava. Foi então que, com os zunzuns de que havia uma equipa que chegou à prova com uma clássica às peças, se juntou um grupo, entre os quais muitos elementos da KTM Portugal. Mão à obra. O engenheiro da marca austríaca e mais alguns apaixonados pelas duas rodas - afinal o que é tudo isto senão fruto de uma grande paixão? - ajudaram Luís e André Duarte a deixar a Casal 125 no ponto para a competição. “O motor está um pouco cansado. É o original. Mas funciona na perfeição”, garantia o piloto.

Já em prova, as peripécias aconteceram. A 30 quilómetros do final de SS2, o esticador da corrente da moto deixou de funcionar. À falta de ferramenta, foi um galho de eucalipto que lhe permitiu prosseguir até encontrar os instrumentos necessários para minimizar os danos e chegar ao fim já depois de uma boa caminha a empurrar a máquina. A disponibilidade de um espectador valeu-lhe a chave que precisava e lá continuou em competição. Hoje há mais corrida. O objetivo? O objetivo é só um: “Ir até onde eu ou a moto conseguirmos. Terminar será uma vitória”, conta conclui.

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